Exu é Orixa
Vamos
clarear a injusta impressão deixada por quantos tem informado esse dedicado
companheiro, esse mensageiro admirável, esse demandista infatigável, esse
oráculo precioso, para colocá-lo no seu devido lugar. Para fazer, elevamos
nossos pensamentos ao infinito, suplicando, “Ago Emi Babá Okê” e descendo a
terra, saúda aos Exús Tiriri, Lonan ,"Baraô-Bebê, Tiriri-Lonan". Exú
é outro orixá. É representante do homem. Os afro-baianos assimilam-no ao
demônio dos católicos; mas o que é interessante, temem-no, respeitam-no,
fazendo dele objeto de culto. O que é verdade, é que há poucos anos atrás,
depois do fabuloso Candomblé da Bahia, aparece Ladinos e a Creoulos, onde
encontra-se à verdade, o que imaginamos: Orumilá, o que se revela no oráculo
Ifá; Exú mensageiro celeste que representa a força, a inteligência e
virilidade. A associação de ambos, já era conhecida desde tempos imemoráveis na
África, tal como imaginam os nagôs e os jejes, são seres intermediários entre
as divindades e os homens. Mais adiante, sabemos que Exú tem sido equiparado ao
diabo cristão, por observadores apressados. Serve de correio entre os homens e
as divindades. Ora, Exú não é um orixá e sim um criado dos orixás e um
intermediário, como foi dito. Exemplo: Se desejamos algo de Xangô, devemos despachar
Exú, para que, com sua influência, consigamos facilmente. despachar quer dizer,
enviar, mandar. É interessante assegurar que buscamos do camdomblé do velho
João Arabá, via Pai Arioxarifá, uma especificação que marca o seguinte: os três
grandes Exús: Exú Laboré, o distribuidor das tarefas terrenas, o Exú da Terra
com ligação direta a Ogum. Conforme se disse acima, é quem recebe
invariavelmente suas ordens nas encruzilhadas. Exú Laboré Fumer , o Exú do
Fogo, obediente e servidor específico do guerreiro vencedor de demanda onde
deve entrar o fogo, para assegurar as vitórias e abreviar o sucesso, Exú Laboré
Onadô, servidor direto de Ogum e diretamente de Obaluaiê, o Exú dos Cemitérios,
o Exú que a nosso ver é a mingua de fonte valorosa e crível, é Omulú
responsável direto pela normalidade da cidade eterna e distribuidor de tarefas
a seus pares subordinados na referida necrópole. Os Exús estão assim
distribuídos: esses maiorais ou chefes comandam 7 Exús de guia que são: Rei das
Sete Encruzilhadas, que também assume a função de Pavenã de Xangô, é o criador
que, conforme a lenda mais compreensível dos Iorubanos, aparece como companhia
do Orixá Trovão, quando abandonara Oyó onde reinava. Foi Pavenã, o seu criador,
e mensageiro que levara a notícia ao povo, que Xangô se tinha enforcado. Exú
Tiriri Lonã específico criado de Nanã, o mensageiro, que acompanha a limpeza,
os detritos, quando o orixá das chuvas, varre a atmosfera. Olha as varredelas
das vilas e cidades, e, tem perfeita ligação com Ogum, Obaluaê e Oxum Iapondá,
a Oxum do fogo. Exú Tranca Ruas, especial servidor de Ogum e vigia
extraordinário das ruas, estradas e encruzas, onde também come e recebe
obrigações. É o grande embaixador dos homens ao Orixá das guerras e batalhas.
Exú Veludo, extraordinário servidor de Ogum, com perfeito entendimento com
Iemanjá, Oxum e Oxossi. Serve a mãe dos orixás com dedicação. Exú Marabô, que
as vezes aparece sob o nome de Barabô. É um mensageiro sobre o qual faltam
maiores esclarecimentos, entretanto podemos dizer, que é servidor de Yemanja,
Ogum, Obaluaê, e Oxum. Exú Tata Caveira, representante direto de Omulu, de
Laboré Onadô, e que a nosso ver, é a mesma entidade. Também como no cemitério,
no cruzeiro principal e assiste também a Oxum. Exú Capa Preta ou Pedra Preta, é
o servidor preferido de Iansã, com ação às margens da água doce e por
conseqüência servindo à rainha dessas águas e a Obá. É o Exú do Fogo muito
chegado ao Aguerê e do mesmo feitio do Apelê, em qualquer interferência de
Iansã, a grande comandante de todos os Eguns, aí está ele presente. É
equivalente ao Exú dos Rios, como chamam alguns. Como nas encruzas e na pedra
fendida, que é o domínio da querida Yabá, rainha dos ventos e das tempestades.
Afum lê lê ê parrei Iansã! Aí estão os Sete Exús de Guias, os grandes. Cada um
desses Exús, comanda Sete Exús Batizados e esta é a razão da enorme lista de
denominação. Um Exú batizado, por sua vez comanda Sete Exús Pagão. Exú Pagão ,
é aquele inteiramente sem consciência das coisas, ou seja do bem ou do mal,
apenas realiza o que determinam. São espíritos (Eguns) que estão inteiramente
no escuro, são também almas penadas, almas benditas, estão sempre ao redor das
Igrejas em busca de preces e velas. O Fetiche natural de Exú é o Otá, a Pedra
de Exú, ou seja o minério de ferro. Quando não se dispõe desse material, usa-se
também a Ferramenta modelada, correspondente ao Exú. As frutas de Exú são: o
limão descascado e cortado em roletes. Ko-bá laroie Exú. Exú também é um orixá
responsável pelas casas espíritas, por isso seu assentamento deve sempre ficar
atrás da porta de entrada. Também são responsáveis pelos mandados e pelas
demandas. No Ketu, o principal foi Exú Alaketo, no Jeje o Lebara, Exú Galú e
Bií, sendo o primeiro de Xangô, o segundo de Ogum e o terceiro Oxum. São representados
por um tridente, sendo mensageiro dos orixás, é de caráter irracível e a cólera
dos Orixás e dos homens, provocando sempre discórdias, acidentes, calamidades
públicas e privadas, por isso é chamado o Chicote da Justiça. Exú exerce um
papel importantissimo no jogo de búzios, em combinação com Oxum, é ele quem
responde as perguntas da Oxum, na qualidade de Exú-Leba. Quando Exú Elegbá se
manifesta entre os iorubanose os Nagôs, leva na mão um bastão ou tridente. Este
bastão teria a virtude preciosa para um mensageiro, de transportar a qualquer
local, a centenas de quilometros, e de atrair rapidamente, por um poder
magnético, os objetos colocados a distância. Tem capacidade importante nas
advinhações, por que é ele, segundo certas lendas, que o Ifá recebeu este dom.
Na Nigéria, na região de Ijebú, dizem que foi mandado ao mundo na Ilha de Ifé,
pelo Olojá, proprietário do mercado. Teria sido o primeiro Rei Ketu(Alaketu) e
seria ancestral do primeiro Rei de Egbás. Na Dahomey dizem ainda, que ele foi
homem que se tornou Vodunci em Ijelo no país de Oyó, quando passou dias na Ilha
de Ifé(Nigéria). E de lá seu culto se expandiu até Dahomey. Para os Fons, se
chama Legbá e faz a mesma função que Exú elegbá dos Iorubanos. As estatuas dos
Legbás de Zamgbeto, são particularmente levadas as exibicionismo e aos debates
eróticos.
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