quarta-feira, 18 de abril de 2012

Exú é Orixà


Exu é Orixa


Vamos clarear a injusta impressão deixada por quantos tem informado esse dedicado companheiro, esse mensageiro admirável, esse demandista infatigável, esse oráculo precioso, para colocá-lo no seu devido lugar. Para fazer, elevamos nossos pensamentos ao infinito, suplicando, “Ago Emi Babá Okê” e descendo a terra, saúda aos Exús Tiriri, Lonan ,"Baraô-Bebê, Tiriri-Lonan". Exú é outro orixá. É representante do homem. Os afro-baianos assimilam-no ao demônio dos católicos; mas o que é interessante, temem-no, respeitam-no, fazendo dele objeto de culto. O que é verdade, é que há poucos anos atrás, depois do fabuloso Candomblé da Bahia, aparece Ladinos e a Creoulos, onde encontra-se à verdade, o que imaginamos: Orumilá, o que se revela no oráculo Ifá; Exú mensageiro celeste que representa a força, a inteligência e virilidade. A associação de ambos, já era conhecida desde tempos imemoráveis na África, tal como imaginam os nagôs e os jejes, são seres intermediários entre as divindades e os homens. Mais adiante, sabemos que Exú tem sido equiparado ao diabo cristão, por observadores apressados. Serve de correio entre os homens e as divindades. Ora, Exú não é um orixá e sim um criado dos orixás e um intermediário, como foi dito. Exemplo: Se desejamos algo de Xangô, devemos despachar Exú, para que, com sua influência, consigamos facilmente. despachar quer dizer, enviar, mandar. É interessante assegurar que buscamos do camdomblé do velho João Arabá, via Pai Arioxarifá, uma especificação que marca o seguinte: os três grandes Exús: Exú Laboré, o distribuidor das tarefas terrenas, o Exú da Terra com ligação direta a Ogum. Conforme se disse acima, é quem recebe invariavelmente suas ordens nas encruzilhadas. Exú Laboré Fumer , o Exú do Fogo, obediente e servidor específico do guerreiro vencedor de demanda onde deve entrar o fogo, para assegurar as vitórias e abreviar o sucesso, Exú Laboré Onadô, servidor direto de Ogum e diretamente de Obaluaiê, o Exú dos Cemitérios, o Exú que a nosso ver é a mingua de fonte valorosa e crível, é Omulú responsável direto pela normalidade da cidade eterna e distribuidor de tarefas a seus pares subordinados na referida necrópole. Os Exús estão assim distribuídos: esses maiorais ou chefes comandam 7 Exús de guia que são: Rei das Sete Encruzilhadas, que também assume a função de Pavenã de Xangô, é o criador que, conforme a lenda mais compreensível dos Iorubanos, aparece como companhia do Orixá Trovão, quando abandonara Oyó onde reinava. Foi Pavenã, o seu criador, e mensageiro que levara a notícia ao povo, que Xangô se tinha enforcado. Exú Tiriri Lonã específico criado de Nanã, o mensageiro, que acompanha a limpeza, os detritos, quando o orixá das chuvas, varre a atmosfera. Olha as varredelas das vilas e cidades, e, tem perfeita ligação com Ogum, Obaluaê e Oxum Iapondá, a Oxum do fogo. Exú Tranca Ruas, especial servidor de Ogum e vigia extraordinário das ruas, estradas e encruzas, onde também come e recebe obrigações. É o grande embaixador dos homens ao Orixá das guerras e batalhas. Exú Veludo, extraordinário servidor de Ogum, com perfeito entendimento com Iemanjá, Oxum e Oxossi. Serve a mãe dos orixás com dedicação. Exú Marabô, que as vezes aparece sob o nome de Barabô. É um mensageiro sobre o qual faltam maiores esclarecimentos, entretanto podemos dizer, que é servidor de Yemanja, Ogum, Obaluaê, e Oxum. Exú Tata Caveira, representante direto de Omulu, de Laboré Onadô, e que a nosso ver, é a mesma entidade. Também como no cemitério, no cruzeiro principal e assiste também a Oxum. Exú Capa Preta ou Pedra Preta, é o servidor preferido de Iansã, com ação às margens da água doce e por conseqüência servindo à rainha dessas águas e a Obá. É o Exú do Fogo muito chegado ao Aguerê e do mesmo feitio do Apelê, em qualquer interferência de Iansã, a grande comandante de todos os Eguns, aí está ele presente. É equivalente ao Exú dos Rios, como chamam alguns. Como nas encruzas e na pedra fendida, que é o domínio da querida Yabá, rainha dos ventos e das tempestades. Afum lê lê ê parrei Iansã! Aí estão os Sete Exús de Guias, os grandes. Cada um desses Exús, comanda Sete Exús Batizados e esta é a razão da enorme lista de denominação. Um Exú batizado, por sua vez comanda Sete Exús Pagão. Exú Pagão , é aquele inteiramente sem consciência das coisas, ou seja do bem ou do mal, apenas realiza o que determinam. São espíritos (Eguns) que estão inteiramente no escuro, são também almas penadas, almas benditas, estão sempre ao redor das Igrejas em busca de preces e velas. O Fetiche natural de Exú é o Otá, a Pedra de Exú, ou seja o minério de ferro. Quando não se dispõe desse material, usa-se também a Ferramenta modelada, correspondente ao Exú. As frutas de Exú são: o limão descascado e cortado em roletes. Ko-bá laroie Exú. Exú também é um orixá responsável pelas casas espíritas, por isso seu assentamento deve sempre ficar atrás da porta de entrada. Também são responsáveis pelos mandados e pelas demandas. No Ketu, o principal foi Exú Alaketo, no Jeje o Lebara, Exú Galú e Bií, sendo o primeiro de Xangô, o segundo de Ogum e o terceiro Oxum. São representados por um tridente, sendo mensageiro dos orixás, é de caráter irracível e a cólera dos Orixás e dos homens, provocando sempre discórdias, acidentes, calamidades públicas e privadas, por isso é chamado o Chicote da Justiça. Exú exerce um papel importantissimo no jogo de búzios, em combinação com Oxum, é ele quem responde as perguntas da Oxum, na qualidade de Exú-Leba. Quando Exú Elegbá se manifesta entre os iorubanose os Nagôs, leva na mão um bastão ou tridente. Este bastão teria a virtude preciosa para um mensageiro, de transportar a qualquer local, a centenas de quilometros, e de atrair rapidamente, por um poder magnético, os objetos colocados a distância. Tem capacidade importante nas advinhações, por que é ele, segundo certas lendas, que o Ifá recebeu este dom. Na Nigéria, na região de Ijebú, dizem que foi mandado ao mundo na Ilha de Ifé, pelo Olojá, proprietário do mercado. Teria sido o primeiro Rei Ketu(Alaketu) e seria ancestral do primeiro Rei de Egbás. Na Dahomey dizem ainda, que ele foi homem que se tornou Vodunci em Ijelo no país de Oyó, quando passou dias na Ilha de Ifé(Nigéria). E de lá seu culto se expandiu até Dahomey. Para os Fons, se chama Legbá e faz a mesma função que Exú elegbá dos Iorubanos. As estatuas dos Legbás de Zamgbeto, são particularmente levadas as exibicionismo e aos debates eróticos. 

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